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Título
Interseccionalidade de raça, classe, gênero e deficiência: dialogando sobre as condições sociais de desenvolvimento de mães e alunos com síndrome congênita do Zika vírus
Resumo
Pautado nos princípios teórico-metodológicos da teoria histórico-cultural, em especial na relação dialética entre a vivência/perejivânie e o meio no processo de desenvolvimento, o objetivo deste estudo foi analisar as condições de vida das mães e dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus matriculados nas creches e pré-escolas regulares da rede pública municipal da Baixada Fluminense, considerando a interseccionalidade de raça, classe, gênero e deficiência. Esta pesquisa se justifica pela necessidade de dar visibilidade às condições sociais e econômicas que marcam o desenvolvimento dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus, considerando a vida em situação de pobreza e vulnerabilidade social em que eles se encontram. Para tal, inseridos no projeto intitulado Pesquisas e ações intersetoriais entre educação e saúde na promoção da escolarização e do desenvolvimento de crianças com a síndrome congênita do Zika vírus na Baixada e Sul Fluminense (2019-2022), nos valemos de entrevistas, observações simples e questionário socioeconômico que foram realizados com as mães dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus. A partir dos registros das falas dessas mulheres e no diálogo da teoria histórico-cultural com a interseccionalidade, a construção dos dados e análises realizadas consideraram, sobretudo, as ideias: do meio, em sua multidimensionalidade, enquanto fonte de desenvolvimento; e da perspectiva relacional dos fatores sociais na qual os marcadores sociais da diferença não são estáticos, mas, sim, construídos histórica e dialeticamente. Nossas análises apontam para a necessidade de compreender que fatores como racismo, sexismo e capacitismo afetam as condições de vida das famílias, sobretudo no desenvolvimento dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus. Concluímos com este estudo que a intersecção dos marcadores sociais da diferença gera experiências singulares de injustiça social e que para compreender as vivências das mães e dos alunos com síndrome congênita do Zika vírus é necessário visibilizar as múltiplas intersecções que se materializam e afetam as condições de vida dessas pessoas.
Abstract
Based on the theoretical and methodological principles of cultural-historical theory, especially in the dialectical relationship between the experience/perejivânie and the environment in the development process, the objective of this study was to analyze the living conditions of mothers and students with congenital syndrome of Zika virus enrolled in regular daycare centers and preschools of the municipal public network of Baixada Fluminense, considering the intersectionality of race, class,
gender and disability. This research is justified by the need to give visibility to the social and economic conditions that mark the development of students with congenital Zika virus syndrome, considering the life in a situation of poverty and social vulnerability in which they find themselves. To this end, as part of the project entitled Research and intersectoral actions between education and health in promoting schooling and development of children with congenital syndrome of Zika virus in Baixada and Sul Fluminense (2019-2022), we made use of interviews, simple observations and socioeconomic questionnaire that were conducted with the mothers of students with congenital syndrome of Zika virus. From the records of the speeches of these women and in the dialogue of the cultural-historical theory with intersectionality, the construction of the data and analyses performed considered, above all, the ideas: of the environment, in its multidimensionality, as a source of development; and the relational perspective of social factors in which the social markers of difference are not static, but rather, historically and dialectically constructed. Our analyses point to the need to understand that factors such as racism, sexism, and ableism affect the living conditions of families, especially in the development of students with congenital Zika virus syndrome. We conclude with this study that the intersection of social markers of difference generates singular experiences of social injustice and that to understand the experiences of mothers and students with congenital syndrome of Zika virus it is necessary to visualize the multiple intersections that materialize and affect the living conditions of these people.
Ano
Ano da publicação
2022
Local da publicação
Rio de Janeiro, RJ.
Palavras-chave
Deficiências | Gênero | Infecção por Zika virus | Pré-Escola | Raça
Keyword
Disabilities | Kindergarten | Race | Sex | Zika Virus Infection
Tipo de Documento
Instituição
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Idioma
Português
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Referências
PEREIRA, Bárbara Silva dos Santos. Interseccionalidade de raça, classe, gênero e deficiência: dialogando sobre as condições sociais de desenvolvimento de mães e alunos com síndrome congênita do Zika vírus. 2022. 192 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.