Escolha Profissional para o Ensino Superior: vozes de jovens do ensino médio de escola pública

Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar como tem ocorrido a escolha profissional para o ensino superior (ou não) de jovens que estudam no 3o ano do ensino médio de escola pública. Trata-se de uma pesquisa cujo tema é complexo, mas que precisa ser mais estudado nos Programas de Pós-graduação em Educação para que o conhecimento sobre a temática possa ser adensado, contribuindo deste modo para possíveis mediações e relações que levem a uma discussão mais aprofundada, crítica e reflexiva. Para fins de recorte temporal reportamos a época do governo militar e pós anos de 1990 por considerar estes períodos marcados por profundas transformações políticas, econômicas e sociais que impactaram (e continuam impactando) a educação brasileira e consequentemente influenciando o jovem na sua escolha profissional. Sendo assim, utilizamos como abordagem teórico-metodológica o materialismo histórico dialético contribuindo para termos uma visão do fenômeno estudado a partir das contradições em que o mesmo se apresenta e dentro de um processo histórico. Como instrumento de pesquisa usamos a entrevista semi-estruturada, sendo entrevistados 12 jovens, 6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino e a orientadora educacional. A
interpretação dos dados coletados delineou-se mediante análise de conteúdo. Cabe salientar que as entrevistas foram realizadas dentro do espaço de um colégio Estadual do Rio de Janeiro. A investigação deste trabalho leva-nos a perceber que há vários fatores que interferem na escolha profissional do jovem da classe trabalhadora e frações desta classe, que estudam no ensino médio de escola pública de turno noturno. Por isso a importância de política públicas estruturais que os incluam no sentido pleno de direitos e deveres. Contudo, torna-se fundamental escutar a voz do jovem para que mesmo participe enquanto sujeito do seu processo de formação educacional e
profissional no fazer coletivo que o leve a sua emancipação. Por fim, defendemos que a escolha profissional não se resume a uma decisão subjetiva, mas social.